Em certos momentos, é melhor deixar passar o calor da hora para poder fazer uma análise fria dos acontecimentos. Quando estamos com a cabeça quente, falamos o que não devia ser dito, somos passionais e podemos magoar os irmão que fecha com nós. É por isso que resolvi escrever o post sobre o jogo de ontem apenas hoje, na segunda-feira, para que o calor dos acontecimentos não prejudicasse a análise dos fatos. Na verdade é porque eu cheguei meio bêbado em casa e não tava com muito saco de escrever, mas a primeira desculpa é mais legal. Enfim, vamos aos flatos:
O domingo amanheceu um típico dia carioca, com céu azul e sol quente. O lindo dia punha um sorriso na alma dos moradores da cidade maravilhosa. Os pássaros cantavam e uma doce brisa marinha enchia de tranquilidade a Ilha do Governador. Os aeroportos estavam abertos para pousos e decolagens e... não, peraí, vamos logo ao que interessa.

O UH chegou à Jungle Arena cheio de incertezas. Qual é o sentido da vida, de onde viemos, pra onde vamos, será que vai ter gente suficiente pra jogar... essas dúvidas que assolam a louca aventura humana na Terra. A indefinição de quem viria jogar trouxe insegurança ao time, que já imaginava isso acontecendo na campeonato. O Gamboa até tinha descolado uns coletes, o primeiro passo para a profissionalização e piora do time (vide exemplo do próprio UH, que era imbatível no Aterro quando jogava "Com camisa x Sem camisa"). Tudo contribuindo para que nossos atletas entrassem em campo com o tradicional cagaço.

Ledo engano. Começando o jogo já imprimindo um ritmo frenético, o UH abriu as suas asas e soltou suas feras, caindo na gandaia e entrando nessa festa. Tal qual um Mike Tyson dos velhos tempos, o Universidad pegou o Gamboa de guarda baixa e saiu porrando os amarelinhos do Centro (aí, Gamboa, fica a dica pra arrumar um patrocínio pra vocês, o Amarelinho), que acusaram o golpe. Mal começamos a marcar o tempo, o artilheiro Renato Doroteia já tinha guardado dois na rede do Gamboa. Tá bom, na rede não, que as traves da Jungle Arena não têm isso. Alguém pode dizer que o fato de o Belídio estar agarrando pros caras facilitou nosso trabalho. Tá certo que no terceiro gol ele agiu igual um levantador de vôlei que em vez de levantar pro corte dá aquela deixadinha que mata o bloqueio. Mas a verdade é que, com a marcação adiantada e um esquema 3-2-1 Vila de Cava-Lebon, o Universidad não deixou o Gamboa jogar. Tudo dava certo. Com 3 a 0 no placar, a galera deu uma relaxada e acabou afrouxando na marcação e desmontando o bom esquema tático combinado. Com dificuldade, o Gamboa ainda conseguiu descontar e o primeiro tempo fechou 3 a 2 pra nós.
Veio o segundo tempo, com Thiago indo para o gol do Gamboa e Belídio passando para a linha do UH. Mas as falhas de marcação do fim do primeiro tempo continuaram. A marcação adiantada foi para o espaço, e o UH deu todo o campo possível para o Gamboa jogar. Nenhum passe encaixava, e tome chutão pra frente, na previsível tentativa de a bola chegar ao Doroteia, que, muito marcado, nada pôde fazer. Em todo o segundo tempo, uma bola na trave do Fábio Bolt e um chute pra fora do Doroteia foi tudo o que o Universidad criou. A indefinição de posição na zaga e no meio-campo criou a confusão que permitiu que o Gamboa virasse a partida para 4 a 3. Foi aí que o caldo engrossou.
Uma discussão boba, normal entre jogadores que não gostam de perder e querem ganhar, tomou uma proporção imensa. O bate-boca entre Belídio, Phillipe e Doroteia acabou desestabilizando de vez o time. Phillipe e Doroteia chegaram a tirar a camisa e ameaçaram abandonar o jogo. Precisou até a própria equipe do Gamboa intervir para que o jogo continuasse. Feio, desnecessário e infantil. Se antes o time já tinha exposto suas falhas, depois do incidente todo mundo jogou meio que de má-vontade. Com o hímen já arrombado, ficou fácil pro Gamboa fechar a partida com 7 a 3.

Considerações finais:
- Todo mundo tem consciência de que não somos craques e, a essa altura da vida, não seremos mais. No entanto, isso nunca prejudicou a paixão pelo UH. Pelo contrário, parece que quanto pior a surra, mais vontade dá em disputar o jogo seguinte. Não são os nossos erros e derrotas que vão fazer o time se desfazer. O que faz um time se esfacelar são as brigas, que não podem ser admitidas. A cobrança sempre vai existir, porque futebol é um jogo quente e um jogo falado. Mas a partir do momento que a cobrança é substituída pela reclamação constante e infundada, é preciso repensar o motivo pelo qual a gente joga, que é somente a diversão;
- O UH está prestes a encarar o maior desafio de seus quase cinco anos. Mas se a gente entrar com a mentalidade de a qualquer errinho querer melar a partida, a vergoha será maior do que se anuncia. Não se esqueçam de que pra vestir essa camisa tem que ser putão;
- Será que é o cenário selvagem da Jungle Arena que faz os atletas do UH aflorarem seus instintos mais primitivos?
Universidad Histórica 3 x 7 Gamboa City
Gols: Renato Doroteia (2), Fábio BoltNotas
Roberto - Boas defesas no primeiro tempo, não pôde fazer nada diante da marcação confusa no segundo. Na linha, tentou, sem sucesso, arrumar a zaga. Nota 6
Renato - Provou que rende mais na zaga. Gripado, falhou em alguns lances. Nota 4,5
Eduardo - Não comprometeu individualmente, falhando como toda a defesa. Nota 4
Phillipe - Dessa vez, não repetiu a boa atuação de domingo passado. Confuso na zaga e lento no meio, reclamou muito e se envolveu numa discussão boba com Belídio. Nota 3,5
Thiago - No meio não conseguiu criar boas jogadas, mas tentou manter o esquema. Prejudicado pela falta de cobertura da zaga. No segundo tempo, foi para o gol do Gamboa e ficou jogando Banco Imobiliário com os passarinhos, tamanha era a falta do que fazer. Nota 4
Belídio - No gol do Gamboa no primeiro tempo, tomou um frangaço suspeito no terceiro gol do UH. No segundo tempo, fez pouco no meio-campo e deixou alguns buracos. Nervoso, discutiu com Doroteia e Phillipe. Nota 3,5
Fábio Bolt - Deu trabalho para o Gamboa no primeiro tempo, com a tradicional velocidade. No segundo, na única bola que recebeu, acertou a trave. Nota 6,5
Renato Doroteia - Marcou dois logo no início, mostrando seu faro de gol. Depois, muito marcado, não conseguiu fazer o papel de pivô, ora por falta de pra quem tocar, ora por um certo preciosismo. O envolvimento na discussão baixou sua nota. Nota 5
Peço desculpas a todos do time, pela parte que me cabe, em especial ao Doroteia e ao Phillipe, mas acho que a discusão só ficou como ficou, pois a situação foi super valorizada. Nós somos um bando de perebas, cachaceioros, que jogamos bola e nos gostamos como amigos que somos e sempre seremos. Não podemos esquecer disso..ninguém é craque. Houve uma grande confusão de posicionamento e todos querem que o time jogue melhor, é claro, mas orientar e cobrar é uma coisa e ficar reclamando consecutivamente e querendo mandar é outra. Sabemos que nosso objetivo maior é manter o espirito putão e o lance é se concentrar nisso..é o mais importante. Boa sorte no campeonato, UH! Abç
ResponderExcluirQuando será o campeonato, moçada? Quem sabe uma aparição minha termina ocorrendo; hein?!
ResponderExcluirAbraços para todos vocês e, como foi bem dito pelo Belídio, o importante é a fraternidade-putã ser mantida; valeu, galera?!
Paz e Luz para vocês todos!!
Até....
Obs.: ri muito da legenda da penúltima foto, sobre a "mulher gostosa." (rs)
Paz galera... Vamos com tudo para o maior desafio do UH. Só ocorreu a confusão pq todos querem ganhar (é difícil pacas isso acontecer)... abraço a todos... orgulho putão
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