30 de abril de 2009

Espírito putão II

Enviado pela colaboradora Aretha, um sensacional vídeo de Roy Pinto, atleta de tênis de mesa do UH. É essa atitude que a diretoria espera de seus jogadores.



Esse é o espírito!!!

Confirmados próximos jogos do Universidad

Pra quem já estava com saudades do UH, vem aí desafio em dose dupla! Convocação para a batalha:




UH x Combinado da Ilha
Data: 03/05 domingo
Hora: 10:00
Local: CT Quebra-coco
Concentração: Ponto do Casa Show


Esse vai ser uma espécie de jogo-treino, pra galera pegar ritmo, definir posições, etc. Como é jogo treino, não vai precisar de uniforme. Podemos jogar na quadra ou no campo de terra, vamos decidir lá. Vai ser um aperitivo para o amistoso seguinte:



UH x Canarinhos
Data: 10/05 domingo
Hora: 10:00
Local: CT Quebra-coco
Concentração: Ponto do Casa Show



Esse sim, vai ser um jogo sério, com uniforme e tudo mais. Como os times dos caras só jogam salão (fazer o quê, nem todo time tem a estrutura que a gente tem pra montar time pra campo, quadra, terra batida, rua, pátio de condomínio...), esse jogo vai ser em quadra. Aviso: o Canarinhos é um time respeitado, então é pra gente entrar focado.




E atenção todos: vem aí o evento que todos aguardavam!



28 de abril de 2009

Saúde pública: nova doença deixa o planeta em polvorosa

Depois do mal da vaca louca, da gripe aviária e da gripe suína, uma nova doença humano-animalesca vem assustando o mundo e deixando a OMS em alerta. Trata-se da Síndrome do Veado, um mal que vem vitimando cada vez mais a população.



Acredita-se que a Síndrome do Veado, em sua forma moderna, tenha surgido nos campos de São Franciso, EUA, e tenha sido transmitida aos humanos através do veado-mateiro, espécie muito comum naquela região. De lá, a doença se espalhou para várias partes do planeta, como Mikonos, na Grécia, Ibiza, na Espanha e Pelotas e Campinas, no Brasil.



A Síndrome do Veado é transmitida pelo vírus Clodovilus Bichae e o contágio é mais comum em ambientes como vernissages, salões de cabeleireiros e barracões de escola de samba. Os principais sintomas são febre anal, dores lombares e feridas nas palmas das mãos e joelhos. Em alguns casos, o paciente pode ter delírios de que é estilista de moda, sommelier ou crítico de arte. Muitos pacientes passam a ter gatos como bicho de estimação e a ouvir Sade, Pet Shop Boys e Abba. A variante mais agressiva do vírus faz com que a vítima torne-se um pitboy e esteja sempre a procura de outro homem para agarrar. Ninguém confirma, mas acredita-se que personalidades como o apresentador Zeca Camargo, o jogador Richarlysson, o piloto de Fórmula 1 Nico Rosberg e o vencedor do BBB 9 Max tenham contraído a doença, que por enquanto não tem cura, embora haja vacinas.



Como o Universidad marcou uma série de amistosos no sul do país, inclusive Pelotas, o departamento médico do clube já tratou de vacinar seus jogadores e comissão técnica contra a Síndrome do Veado. Apenas o preparador físico JF não foi encontrado para ser imunizado.



27 de abril de 2009

Escândalo: UH na farra das passagens!!!



É meus amigos, a desgraça quando vem, nem que se feche a porta, entra pela janela. O Universidad não vive só de vergonhas, humilhações e derrotas acachapantes. Também tem muita coisa ruim acontecendo com o time. A repórter-torcedora Aretha Alves, num espetecular furo (no bom sentido) de reportagem, descobriu que o UH também está envolvido na farra das passagens aéreas dos deputados. O deputado federal (no mau sentido) e presidente-sem-honra do Universidad, Bob Jef, também foi pego com as calças na mão (no bom sentido) distribuindo passagens aéreas para todo o time (no mau sentido), comissão técnica e diretoria do UH. O cartola-escroque começou a ser investigado depois que o esquema de presentear jogadores com passagens foi descoberto. Dirigente moderno e antenado, Bob Jef não quis ficar pra trás e passou a financiar as viagens do time no trajeto Centro-Ilha-Centro com o dinheiro dos contribuintes.


Mas para Bob Jef, que também está sendo processado para reconhecer a paternidade de três crianças geradas quando o dirigente ainda era bispo no Paraguai, não há nenhum problema ético nisso. O cartola, líder da bancada canalhista na Câmara, afirmou que sempre financiou as passagens dos jogadores por achar que fazia um bem à população:


- Paguei as passagens do UH com o dinheiro público, sim, mas porque entendo que o time é um patrimônio nacional e merece ser reconhecido assim. Aonde vai, o Universidad sempre traz alegria ao povo. Vocês nunca perceberam como os adversários ficam alegres quando nos enfrentam? - retrucou o dirigente diante das acusações.


Bob Jef responde às acusações


Além das despesas aéreas com as viagens do time, pelo sensacional furo da repórter-torcedora (no ótimo sentido) descobriu-se ainda que todas as viagens do craque Marco Medor ao exterior, de Ibiza a Hong Kong, da Moldávia ao Suriname, também foram custeadas com recursos públicos. A falta de ética é tão grande que a própria Aretha agora também está sendo investigada por supostamente ter ganho as passagens para suas férias em Trindade e Tobago através da verba do gabinete de Bob Jef. A corregedoria da Câmara agora quer saber se os "aviões" que o atleta Danilo costuma fazer também têm ligações com esse escândalo.


Políticos aliados de Bob Jef comemoram gol do UH
Leia mais informações sobre Bob Jef e as passagens aéreas aqui

23 de abril de 2009

Festa do Manguaça!!!

O jogador Marcelo Manguaça vai comemorar seu aniversário nesta sexta e está convidando todo o time para celebrar ouvindo um bom samba na Taberna do Juca, na Lapa. A diretoria do UH lembra aos atletas que será uma festinha família e não serão tolerados excessos tais como esticada em baile funk até as cinco da manhã, estupro de dançarinas e motel com travesti.


Data: 24/04 (sexta)
Hora: a partir de 21 h

Local: Taberna do Juca
Endereço: Rua Mem de Sá, 65, Lapa
Couvert Artístico: R$ 5,00

O local já está reservado, então não vai haver aperto, é só chegar e comemorar

22 de abril de 2009

Enquete: o que houve com Marco Medor?

A violência no Rio de Janeiro atingiu níveis alarmantes. Hoje, nem mesmo as maiores celebridades estão livres de serem alvos da histeria coletiva, da barbárie urbana e do furdunço generalizado. E a mais nova vítima foi o craque-galã do Universidad, Marco Medor. O atleta foi atacado e teve seu rosto arrebentado. Baseado no relato que o próprio atleta deu à polícia, Marco Medor saiu de casa no Flamengo às 11 da noite para comprar pão numa padaria próxima à favela do Jacarezinho. Quando desceu do seu Lamborghini, presente do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, Marco Medor foi cercado por fãs enlouquecidas que queriam um autógrafo, um pedaço da sua roupa ou mesmo uma parte do seu corpo. Diante da balbúrdia provocada pelas tietes ensandecidas, Marco Medor, segundo o próprio, tropeçou e bateu com a cara no poste três vezes. O craque metrossexual foi levado a um hospital pela travesti Andréa Albertini (aquela mesma do Ronaldo), que, segundo ela, passava pelo local vinda de um culto numa igreja evangélica. O jogador passou por uma cirurgia na face e se recupera dos ferimentos.
Mas como essa história está mais mal contada do que a do cara que some no sábado de carnaval e só aparece na quarta-feira de cinzas dizendo pra esposa que foi abduzido por alienígenas, o Blog quer saber: na sua opinião, o que houve com Marco Medor?


a) O boa-noite-cinderela foi administrado numa dosagem muito leve e o cliente, ex-pugilista, acordou na hora em que o atleta revirava sua carteira.


b) É só uma jogada de marketing para promover a cinebiografia de Marco Medor chamada "As mercenárias", e que é uma espécie de versão pornô de "Os mercenários", a produção
que o Stallone está filmando no Rio.

c) O jogador estava apenas viajando na porta de um trem em Madureira.

Jogador do UH é operado e fica fora por uma semana

O atacante Leandro Thompson se submeteu a uma cirurgia de desvio de septo. O médico do Universidad, dr. Lídio Munhoz Runco, informou que o procedimento foi simples e não vai acarretar muito tempo de inatividade do craque. O médico adiantou ainda que Leandro, vaidoso como só ele, aproveitou a ocasião para fazer pequenas correções na face, tendo inclusive tirado a manchinha vermelha que o atleta tinha no rosto e que lhe rendeu, por parte dos companheiros, o carinhoso apelido de "Gorbachev". A cirurgia para mudança de sexo, porém, foi descartada devido ao longo tempo de recuperação que exigiria.
O Blog adianta, em primeiríssima mão, o antes e o depois de Leandro Thompson:


O Blog, o time e toda torcida deseja pronta recuperação ao nosso craque!

Craque do UH propõe venda do clube


"Abre o clube. Vende o Universidad."
Jogador acha que o UH deve virar empresa

Envolto em dívidas que chegam à soma de impressionantes R$ 106 o Universidad se vê mergulhado em mais uma crise. O jogador Nelson, em entrevista ao Blog, propôs que o clube fosse vendido para sanar as finanças. Exercendo o cargo de dirigente da Unirio, Nelson acha que o UH deveria adotar o modelo de gestão de lá:

Do jeito que está não dá pra continuar. Ano após ano o UH só dá prejuízo. Não conseguimos patrocinadores, ninguém quer investir no time porque não sabe pra onde vai o dinheiro. Aí empata um joguinho aqui, perde só de 3 ali, e com isso vai enganando a torcida. O mundo mudou, o futebol mudou e o Universidad não conseguiu acompanhar ─ observou o jogador.

Questionado ainda se aceitaria se candidatar a presidente do UH, Nelson declarou:

─ Nesse modelo de gestão, não. Mas não afasto essa possibilidade ─ deixando subentendido que teria sido procurado pela oposição do clube.

Já o presidente-sem-honra do Universidad, Bob Jef, desdenhou das palavras de Nelson:

─ É uma pena que o Nelson não queira trabalhar de graça no Universidad e nós não tenhamos R$ 200 mil pra pagar o seu salário. Ele vive uma outra realidade, a da Unirio. Eu trabalho por amor ao clube. O UH não paga nem meu refrigerante. Até porque eu só bebo Dom Perignon ─ afirmou o dirigente.


14 de abril de 2009

Jogador do UH está desaparecido

Ninguém sabe o paradeiro do atacante Will, do Universidad. O jogador foi visto pela última vez no dia 03 de abril, uma sexta-feira, e deveria ter se reapresentado ao clube no dia 06, mas até agora não deu notícias. Segundo a família do craque, ele está na casa de parentes e vai se manifestar em breve sobre o sumiço.
No entanto, nosso meia-fotógrafo Márcio Honorato, como bom paparazzo, conseguiu registrar uma foto do craque na Vila Txucarramãe, onde o jogador nasceu e foi criado antes de despontar para o futebol. Na foto, Will aparece em meio aos traficantes de Santo Daime da comunidade. Segundo rumores, o artilheiro, após passar a madrugada num baile xamã, ainda teria sido visto numa tenda com cinco índias velhas, mascando cannabis. Uma fonte afirmou que a namorada de Will, a personal-lawyer Thaís, contou para amigos que cansou de buscar o atacante na tribo, mas ele sempre voltava para ver um amigo, conhecido como Diegson.
Will, de short preto, em meio aos amigos armados. Foto: Márcio Honorato/Ag.Uhpress

O empresário do jogador, João Einstein, afirmou que o atacante se sente em casa na Vila Txucarramãe, onde pode andar descalço, só de tanga e cocar, e que o craque se sente infeliz com o sucesso que o Universidad lhe proporcionou. O empresário conta ainda que Will vai repensar o que fará da sua carreira daqui pra frente.

O blog ouviu um especialista no assunto para entender o que se passa na cabeça de Will. Segundo o psicanalista Alberto Godin, que trabalhou com Will no Universidad, o problema do atacante é que ele ainda não conseguiu assimilar a fama e o sucesso repentino, até porque não alcançou nem um nem outro. Godin acredita que o craque não aguenta mais os carrões, as festas, as marias-chuteiras e a vida de celebridade de que ele não desfruta no UH. Assim, como bom selvagem que é, Will volta às raízes na busca pelo seu eu interior. Já o presidente-sem-honra do Universidad, Bob Jef, acha que isso tudo é uma grande viadagem e já afirmou que se o jogador não se reapresentar até a próxima sexta, irá rescindir o contrato do jogador.

Atleta do Grêmio com medo do UH!

Duvida? É só ler aqui

Nós também esperamos isso

9 de abril de 2009

Calote pode atrapalhar patrocínio para o Universidad

A diretoria do UH esperava anunciar o nome de um patrocinador do ramo de entretenimento e bebidas dentro das próximas horas, mas ao que tudo indica o acordo não vai sair. Isso porque descobriu-se que atletas do UH e o presidente-sem-honra do clube, Bob Jef, teriam dado um calote numa das empresas do grupo que patrocinaria o time, o que impossibilitaria ao UH conseguir as Certidões Negativas de Débito, as CNDs necessárias para fechar o acordo. A oposição do clube espera que a diretoria esclareça esse caso, já que segundo fontes ligadas ao patrocinador, Bob Jef teria sido visto deixando uma casa de entretenimentos pertecente à holding que financiaria a equipe sem pagar a conta, mas essa informação ainda não foi confirmada. O presidente não foi encontrado para comentar o assunto.

Fonte: globoesporte.com

Confirmado próximo amistoso do UH!

A diretoria do Universidad acaba de acertar mais um amistoso, contra o Gigantes do Norte:

E dado o baixo nível dos nossos atletas, esse jogo tem tudo pra ser de igual pra igual.

Saiba mais sobre nosso próximo adversário, o Gigantes do Norte, aqui

4 de abril de 2009

História do UH

Uma história como a do Universidad é tão rica e tão emocionante, que não poderia ser contada por qualquer um. Pensando nisso, a diretoria convidou Ciro Flamarion, Eric Hobsbawn, Jacques LeGoff, Paulo Cavalcante e Carlos Junior para escreverem as páginas gloriosas desse esquadrão, o que certamente vai impulsionar sobremaneira a carreira desses historiadores.


A história do Universidad começa em 1890 quando os ingleses William J. Thompson IV e Henry Owl, ambos historiadores, desembarcam no Rio de Janeiro trazendo na bagagem um objeto que no futuro seria o responsável por colocar o Brasil no mapa: uma bola de futebol, com a qual participavam de animadas peladas na Oxford University, na Inglaterra. Mas a capital do Brasil nessa época não passava de uma cidade fétida e pestilenta, e logo os bravos historiadores contraíram de uma só vez varíola, sífilis, febre amarela, gonorréia e caspa. Internados, os dois ingleses fizeram amizade com seus médicos e, após lhes ensinarem os fundamentos mais rudimentares do esporte bretão, marcaram o primeiro jogo de futebol oficial no Brasil, História x Medicina, que terminou com o arrasador placar de 14 a 2 para os historiadores. Isso desmente de uma vez por todas a história de que foi Charles Miller quem trouxe o futebol para o país.


Empolgados, William e Henry começam a ensinar futebol e a prática difunde-se no Rio de Janeiro. Mas o esporte só ganharia seu impulso definitivo quando o Positivismo, doutrina filosófica, sociológica e política, chegou ao Brasil através de Zinedine Comte, antropólogo, sociólogo e cabeça-de-área. Influenciados por Comte, William e Henry adaptam as ideias positivistas para a realidade brasileira, nascendo assim o conjunto de doutrinas e esquemas táticos seguido até hoje pelo time do UH: o Negativismo.



Durante a década de 10, o time dos ingleses, batizado como History, já encantava todo o Brasil, quando foi convidado para uma excursão na Europa. O sucesso do escrete já não conhecia fronteiras e depois de passar por vários países, o History participou de um torneio em Londres onde venceu na final o Corinthian (que seria a inspiração para o Corinthians brasileiro) por 14 a 2. Essa excursão, no entanto, ficaria marcada por uma tragédia. Sem dinheiro para viajar da Inglaterra para os EUA onde o History se exibiria, Robert “Bobby” Jefferson, dirigente da equipe, trapaceiano poker e ganha as passagens de um navio recém-construído chamado Titanic, deixando inconsolável o perdedor da partida, um jovem desenhista americano chamado Jack. Depois de bater num iceberg, o Titanic afundou matando todo o time e a comissão técnica do History, tendo como único sobrevivente o próprio Bobby, que se disfarçou de mulher para entrar num bote salva-vidas. Vem daí a lenda de azarado que persegue o Universidad até hoje.


Depois da Primeira Guerra Mundial, para a qual o History foi convidado para disputar peladas com soldados nas trincheiras, o time conquista uma série de vitórias e fica conhecido no mundo inteiro. Os países passam a pagar milhões para verem os historiadores-boleiros em ação. A equipe era imbatível e todos os craques do planeta queriam participar dela. No entanto, foi um outro tipo de craque que determinou o fim daquele esquadrão, mais precisamente o crack da bolsa de Nova York, que levou o History e o mundo inteiro à falência. Apenas o presidente do clube na época, Rudolph Jefferson, conseguiu lucrar, roubando todo o dinheiro do clube e fugindo para Cuba.


Na década de 30, uma família de imigrantes italianos, os LoBianco, instala-se no Rio de Janeiro e trazem do Velho Continente antigos hábitos, como a máfia e o futebol. Os italianos se associam ao combalido time do History e fundam uma nova equipe, o Universitá Italia. Como eram jornaleiros, controlavam a imprensa e logo o Universitá seria manchete em todos os jornais do país. A megalomania do presidente do clube na época, Giovanni Jefferson, levaria o clube a obter o apoio do ditador italiano Mussolini, que queria que o Universitá servisse como veículo de propaganda do fascismo. Assim, o time adotou o uniforme preto e seus jogadores passaram a ser conhecidos como “os camisas negras”. Também se tornou histórico o confronto entre as duas equipes ítalo-brasileiras, o Universitá Itália e o Palestra Itália, que terminou com a vitória de 14 a 2 para o Universitá. Mas a entrada do Brasil na Segunda Guerra acabaria por desmantelar novamente o clube, que assim como o Palestra Itália, teve que mudar de nome para continuar existindo.


Batizado como Universidade Histórica do Brasil, ou UHB, se tornaria o primeiro clube brasileiro a ser patrocinado por uma empresa, a Petrobrás, recém-criada por Vargas. E a onda de vitórias recomeçou e todos queriam tirar uma casquinha do sucesso do time. O presidente JK elegeu a bossa nova e o UHB como símbolos do Brasil que dava certo, e na inauguração de Brasília a equipe participou de um amistoso contra o Gama e venceu o jogo por 14 a 2. No plano internacional, o sucesso do UHB também rompia todas as barreiras. EUA e URSS, as duas superpotências de então, disputavam o prestígio de que gozava o UHB. Por várias vezes o mundo esteve perto de uma catastrófica guerra atômica só porque um país não admitia que o UHB jogasse no território do outro. Até no projeto espacial das potências o time se envolveu. Convidado pelos soviéticos (já que os historiadores tradicionalmente preferiam o comunismo ao capitalismo), o craque da equipe na época, Danilinho, se tornou o primeiro atleta a viajar no espaço e ver estrelas.


A aproximação com o comunismo seria a causa de mais um desmantelamento da equipe. Eram tempos quentes na política brasileira, e o UHB trocou o nome para Universidade Comunista do Brasil, ou UCB. O time foi convidado por Fidel Castro para disputar uma série de jogos em Havana. Tudo isso em plena ebulição política no Brasil. Até que em 1964 estoura o golpe militar e o UCB é lançado na clandestinidade. Seus atletas participam da passeata dos cem mil e levam muita porrada da polícia. Todos os jogadores são presos e torturados e alguns passam a fazer parte da guerrilha, inclusive o capitão do time, Lamarca. Alguns membros da equipe desaparecem, caso do centroavante Colyer, que foi preso, levado para trabalhos forçados na construção da Transamazônica e nunca mais foi visto. Até que em 1969, numa megaoperação, os historiadores-boleiros-guerrilheiros remanescentes do UCB sequestram o embaixador americano no Brasil. Em troca, exigem a libertação dos companheiros presos, a leitura de um texto contra a ditadura na TV e uma foto autografada do Pelé. Depois do sequestro, o time todo é exilado e cada um vai para um lugar do mundo. Após muitos esforços, Chico Buarque, também exilado, consegue reunir a equipe do UCB para participar de um histórico jogo contra seu time, o Politheama. A partida ─ que teve grande repercussão internacional por ser um símbolo da luta contra as ditaduras sul-americanas, pela paz no Vietnã e pelo uso legalizado do LSD ─ foi vencida pelo UCB por 14 a 2. Enquanto isso, no Brasil, a ditadura assumia o controle do UCB, rebatizando-o para Universidade de Estudos Sociais do Brasil. O UESB, presidido pelo general Ernesto Garrastazu Jefferson, funcionaria como propaganda do “milagre brasileiro”. Mas assim como a economia do país não decolou, o UESB, desprovido de seus melhores jogadores também não conseguiu decolar nos gramados. Enquanto o país vivia os “anos de chumbo”, o UESB vivia seus “anos de pé-de-chumbo”.


Nesse tempo, provando que a dor de barriga não dá uma vez só, mais uma tragédia abala o time. O UESB foi convidado pelo general chileno Augusto Pinochet para uma série de amistosos no país (inclusive contra o Universidad Católica, que seria a inspiração para o time de hoje e que o UESB venceu por 14 a 2). Na volta ao Brasil, o avião do time caiu na cordilheira dos Andes. Castigados pelo frio e pela falta de comida os sobreviventes tomaram a dura decisão de comer os companheiros mortos. Um dos heróis desse episódio foi o lateral João Fabiano, ou JF, como era conhecido na época, que ao ver o desespero de seus companheiros se ofereceu para que todos o comessem.


No final da década de 70 a ditadura lentamente entra em processo de abertura política e os exilados políticos retornam ao Brasil. Ao mesmo tempo, o país vive o clima das “Diretas Já” e o time, reorganizado e rebatizado para Universidade Democrática (UD), lança a “Democracia histórica”, manifesto político-futebolístico que seria copiado descaradamente pelo Corinthians. Mas os anos 80 foram de hiperinflação, o que dificultava a permanência do jogador na equipe, já que o salário que o atleta recebia desvalorizava muito rapidamente. Para piorar a situação, o presidente do UD, Orestes Maluf Jefferson, esvaziou os cofres do clube e se mandou para Ilhas Cayman. A queda do muro de Berlim e a derrocada da URSS desiludiram os atletas-comunistas, que daí pra frente estavam mais é preocupados em garantir o seu e que se dane o resto. O UD voltaria a ter prestígio dentro do governo com a eleição de Fernando Collor, mas a série de escândalos envolvendo o ex-presidente da república abalou a confiança do time e afastou os investidores, num processo que culminou com o misterioso e até hoje não esclarecido assassinato do tesoureiro de Collor e presidente do UD na época, Paulo César Jefferson, o PC Jefferson, e sua namorada.

Na virada do século, não houve o “bug” do milênio, o mundo não acabou e o Universidade Democrática também não. Mais precisamente em 2004, um grupo de estudantes de História da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, resolveram ressuscitar o espírito putão e reorganizaram o time. De passagem pelo Brasil para disputar um jogo da Copa Sul-Americana, o Universidad Católica, após tomar uma surra dentro de campo, serviu de inspiração para que os estudantes rebatizassem o time para Universidad Histórica, ou UH como hoje é reconhecido internacionalmente. As dificuldades foram muitas. Os torcedores fizeram uma vaquinha para comprar o estádio do aterro, a “Arena Histórica”. Com a Lei Pelé facilitando as transferências, frequentemente o UH perde jogadores para outras Universidades. Mas já se disse que o Universidad é como uma fênix, renascendo das cinzas nos momentos mais difíceis. Hoje, o futebol mudou, mas o amor pelo UH só cresceu, haja visto o número cada vez maior de torcedores do Universidad nos estádios. Além disso, mesmo diante da crise mundial, o time conseguiu fechar patrocínio com uma poderosa empresa de material esportivo, a Lambra, e acaba de arrendar um novo estádio, o “Sargentão”, na Ilha do Governador, além de contar com o Centro de Treinamentos UH-Ilha, um complexo com quadras e campos de futebol, hotel, academia, piscinas, salas de reunião e bares, localizado no Quebra-Coco, no Jardim Guanabara. O Universidad conta com uma infra-estrutura de causar inveja aos rivais: departamento de marketing antenado com os novos mercados e as novas tecnologias; corpo cavernoso jurídico com advogados especializados em justiça desportiva; e quadro social ativo sempre em busca de novas áreas de atuação para o UH, como por exemplo, o carnaval. Ainda falta traduzir isso em vitórias. Mas elas chegarão, porque a fênix nunca vai morrer.

Universidad Histórica. Mais que um time. Uma paixão.



Curiosidades sobre o Universidad Histórica


  • O Universidad sempre foi um clube democrático, desde suas origens. Indo na contramão dos demais clubes elitistas e esnobes da época, o UH foi o primeiro a aceitar perebas e pernas-de-pau no seu time.
  • Na década de 80, o pop-star Michael Jackson gravou o disco "USA for Africa", com a renda revertida para as vítimas da fome no continente. O UH, sempre ativo nas campanhas humanitárias, também fez a sua contribuição, realizando uma série de jogos pelos países da África para mostrar às populações locais que havia coisa pior que a fome.
  • Também é conhecido como "Gigante do Aterro", "o mais amado do mundo" e "Flagelo da Candelária"